Paul is dead: A maior teoria da conspiração de todos os tempos

Em 1966, logo após o lançamento do álbum Revolver, os Beatles pararam de excursionar em virtude da dificuldade de tocar ao vivo os arranjos cada vez mais complexos e inusitados de suas músicas. Este fato, aliado a um acidente sem maiores consequências sofrido por Paul McCartney, deu origem ao surgimento da maior teoria da conspiração de todos os tempos. Paul is dead (Paul está morto), consiste basicamente em boatos de que Paul McCartney, teria morrido nesse acidente e sido substituído por um sósia.

Paul is dead: A maior teoria da conspiração de todos os tempos.
O teoria afirma que Paul realmente morreu no dia 9 de novembro de 1966, após colidir seu carro em um cruzamento. Segundo os teóricos, a notícia chegou a ser veiculada numa emissora de rádio, mas tudo foi "abafado". A colisão foi tão forte que chegou a desfigurá-lo, matando-o instantaneamente. Foi por isso que o empresário divulgou que os Beatles não fariam mais apresentações ao vivo.

Paul tinha um sósia quase-perfeito de origem anglo-escocesa, que inclusive, teria sido seu dublê durante as filmagens de A Hard Day’s Night, 1964 e Help! 1965, algumas fontes indicam que seu nome seria Willian Campbell, outras citam que seu nome seria Billy Shears. De forma velada, o "novo Paul" foi apresentado em Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, já que os Beatles possuíam um contrato milionário com a Capitol Records.

Centenas de matérias em jornais, especulações de fãs e mesmo livros foram surgindo sustentando a versão da morte de Paul. As pessoas que acreditam nessas teorias se baseiam em centenas de pistas que supostamente haviam sido deixadas de propósito pelos outros Beatles nas letras das músicas, nas capas dos discos e nos filmes posteriores da banda.

Os Beatles sempre negaram qualquer envolvimento ou colaboração com os boatos. As "pistas", porém, contribuíram durante algum tempo para melhorar a divulgação e aumentar as vendas de seus discos. Segundo a teoria, estas "pistas" teriam sido feitas por John Lennon que, indignado com a farsa, decidiu espalhar a notícia da morte de Paul. Entre estas pistas, a talvez mais famosa esteja presente na música Strawberry Fields Forever, onde Lennon, ao final, diz “I Buried Paul” (Eu enterrei Paul). Anos mais tarde, Lennon revelou que na realidade a frase era "Cranberry Sauce", o nome de um molho usado para temperar aves, como o peru.

A morte de Paul McCartney

Paul teria morrido ao colidir seu carro em outro veículo às 5 horas da manhã de uma quarta-feira, dia 9 de novembro de 1966, por não ter observado o sinal do cruzamento fechar. Ele sofreu esmagamento craniano e/ou decapitação, conforme teria sido contado posteriormente na música A Day in the Life:
He blew his mind out in a car... he didn't notice that the lights had changed.
Ele arrebentou a cabeça em um carro... não percebeu que o sinal havia mudado.
No acidente, seu rosto teria sido desfigurado e ele teria perdido seus dentes, o que inviabilizou a identificação do corpo (na época não existiam exames de DNA para identificação). Desta forma, os outros Beatles teriam resolvido substituí-lo por um sósia.

De fato, Paul sofreu um acidente, porém de moto, o que lhe valeu um corte no lábio superior e um dente quebrado. Nada muito grave, além disso, isto pode ser observado no vídeo de Paperback Writer e Rain, onde Paul aparece com uma parte do dente quebrado e com os lábios inchados. Quanto a letra de A Day In The Life, Lennon compôs a letra após ler a notícia da morte do jovem socialite Tara Browne, 21 anos, herdeiro da cervejaria Guinness, morto em 18 de dezembro de 1966. John estava tocando piano em sua casa quando leu a notícia da morte de Browne no jornal Daily Mail.

Browne estava dirigindo com sua namorada, a modelo Suki Potier, no seu Lotus Elan através da South Kensington em alta velocidade (algumas fontes relatam cerca de 170km/h). Ele não conseguiu ver a luz do sinal de trânsito e prosseguiu através da esquina da Redcliffe Square com a Redcliffe Gardens, colidindo com um caminhão estacionado, ele morreu no dia seguinte.

Lotus Elan de Tara Browne após o acidente, 1966.
O sósia e as "pistas"

Para a escolha do substituto teria sido foi feito um concurso nacional de sósias e o vencedor, William Campbell ou Billy Shears, após vencer o concurso teria feito algumas operações plásticas para aumentar sua semelhança com o Beatle morto e poder substituí-lo. A única falha que não pode ser corrigida foi a estatura, já que o sósia é 4 ou 5 centímetros mais alto que Paul.

Com o sósia colocado no lugar do verdadeiro Beatle, os demais integrantes da banda e seus produtores teriam começado a divulgar várias pistas para que os fãs pudessem descobrir que o verdadeiro Paul havia morrido.

A maioria das pistas relatadas exige bastante senso crítico.
Revolver, 1966

  • Na gravura da capa há uma mão aberta sobre a cabeça de Paul. Uma mão aberta sobre a cabeça é uma maneira de abençoar as pessoas que morrem. Isto se repetiria posteriormente, conforme veremos.
  • Ao invés de uma foto dos Beatles, pela primeira vez foi feito um desenho para evitar que o sósia fosse desmascarado pela foto.
  • A música "Taxman" seria, na realidade, sobre um Taxidermista, pessoa responsável por empalhar animais mortos e fazer parecer que eles ainda estão vivos. Na letra há referências ao acidente de Paul ("if you drive a car", "se você dirige um carro") e ao fato de Paul estar morto ("if you get too cold", "se você ficar frio"). A melhor pista é "my advice to those who die taxman..", ou seja "meu conselho para aqueles que morrem, um taxidermista" (para que o morto continue parecendo vivo).
  • Em "Eleanor Rigby", Father McKenzie seria na realidade Father McCartney, note a semelhança entre os nomes. Na letra consta "Father McKenzie wiping the dirt from his hands as he walks from the grave" ou seja "padre McKenzie (Paul McCartney) limpando a sujeira de suas mãos após sair (voltar) do túmulo".
  • Na letra de "She Said She Said": "she said I know what it's like to be dead" ou "ela disse: 'eu sei como é estar morta'."
  • Dr. Robert teria sido o médico responsável por tentar salvar Paul. Na letra consta: "you're a new and better man" ou "você é um homem novo e melhor" se referindo ao novo Paul. "He does everything he can, Dr. Robert" ou "Dr Robert faz tudo o que pode fazer" se refere ao fato de Dr. Robert ter feito todo o possível para tentar salvar Paul.
Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, 1967

  • A capa é, na realidade, o desenho de uma sepultura (a de Paul) com todas aquelas pessoas olhando (note os arranjos de flores típicos de um funeral).
  • Um dos arranjos de flores forma o desenho de um baixo Hofner, semelhante ao que Paul tocava, inclusive virado para a direita, visto que Paul era canhoto. Isto provaria que é Paul o cadáver que acabou de ser sepultado. O baixo tem apenas três cordas ao invés de quatro, uma referência aos Beatles sem o seu quarto companheiro.
  • Outro arranjo onde aparentemente está escrito Beatles na realidade deve ser lido como "Be At Leso" ou "Fique em Leso". Paul teria sido enterrado na ilha de Leso.
  • Sobre a cabeça de Paul há novamente uma mão aberta.
  • Abaixo do nome "Beatles" aparece uma descrição feita com flores amarelas onde se lê: "Paul D". "D" de "dead", morto.
  • Uma boneca da gravura da capa segura um carro de brinquedo. O carro seria do mesmo modelo em que Paul teria morrido. Note que o interior do carro é vermelho em referência ao sangue decorrente do desastre.
  • Embaixo do "T" de Beatles na capa há uma pequena estatueta de Shiva, Deus Hindú da morte. A estátua aponta para Paul.
  • Na foto da contracapa, todos os beatles olham para a frente, com exceção de Paul.
  • Em uma foto do encarte Paul tem no braço uma insígnia onde está escrito OPD que seria a sigla para "Officially Pronounced Dead" ou "Oficialmente Considerado Morto".
  • Na foto da bateria, se você colocar um espelho horizontalmente cortando a frase "Lonely Hearts" e olhar a combinação da parte de cima das letras com o reflexo surge a frase "one he die", referindo-se à morte de um dos beatles.
  • Uma outra versão diz que a frase da bateria deve ser lida como "I One IX He ^ Die". O significado surge de simples conexões "I One" é Onze (11), "IX" é nove (9) em romanos. Finalmente "He" e a seta que surge entre esta e "Die" aponta diretamente para McCartney em sua ponta superior e para o suposto túmulo em sua ponta inferior. Conclusão no mês 11 (novembro), dia 9, ele (Paul) morreu. Daí surgem controvérsias: na leitura americana, trata-se do mês 11 e do dia 9, mas na Inglesa entende-se Setembro (9), dia 11. Mas já que Paul teria sofrido o acidente em uma quarta, bastou verificar e atestar que 9 de novembro de 1966 era uma quarta-feira.
  • Em Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, "so let me introduce to you the one and only Billy Shears", ou ("então deixa-me apresentar a vocês o primeiro e único Billy Shears"), o suposto sósia de McCartney.
  • Em "With A Little Help From My Friends". Antes da canção começar só se ouve um coro apresentando Billy Shears, referindo-se a o sósia.
  • Em "Within You Without You", "we were talking about the space between us all and the people who hide them selves behind a wall of illusion never glimpse the truth then it's far too late when they pass away", ou ("nós estávamos falando sobre o espaço entre todos nós e as pessoas que se escondem atrás de uma parede de ilusão nunca vislumbram a verdade quando é tarde demais quando elas morrem") é outra citação a morte.
  • Em "Good Morning Good Morning", "nothing to do to save his life" ou "nada pode ser feito para salvar sua vida". "People running around it's 5 o'clock.." ou "Pessoas andando em volta às 5 da manhã" (a hora do acidente de Paul).
  • Em "A Day In The Life", "he blew his mind out in a car, he didn't notice that the lights had changed", ou ("ele estourou a cabeça em um carro, ele não percebeu que o sinal tinha mudado"), outra pista sobre a morte de Paul.
  • Este fato é extremamente interessante: na contracapa do álbum, na foto dos Beatles, além do famoso detalhe que mostra Paul virado de costas para a câmera, pode-se notar George Harrison apontando o dedo indicador direito exatamente para a frase de "She´s Leaving Home", que diz "Wednesday morning at five o´clock as the day...". Dia da semana e hora da suposta morte do Beatle.
Magical Mystery Tour, 1967

  • Paul está vestido de leão marinho, um símbolo da morte em algumas culturas.
  • Se você olhar a capa do disco em um espelho, as estrelas onde está escrito "Beatles" formam um número de telefone. Quando se ligava para este número, na época em que o disco foi lançado, ouvia-se a mensagem "You're getting closer" ("você está chegando perto"). Na realidade, tratava-se de uma menina bem humorada que havia aderido à brincadeira sobre a morte de Paul.
  • No livro que vinha junto com o disco, em sua versão original, havia uma foto dos Beatles, cada um com uma rosa na lapela. Todos tinham rosas vermelhas, a não ser Paul, que usava uma rosa preta.
  • Ainda no livro, em todas as fotos Paul está descalço (os mortos são enterrados descalços).
  • Na foto central do encarte, na pele de resposta da bateria de Ringo está escrito "Love 3 Beatles", lembrando que os Beatles agora são apenas 3.
  • No desenho dos Beatles, presente no interior do álbum, Paul aparece com o gorro cobrindo parcialmente seu rosto, além de estar com os olhos fechados. É curioso também que a poeira de estrelas que os rodeia forma uma espécie de auréola sobre a cabeça de McCartney.
  • Em Blue Jay Way, no início da canção as vozes Psicodélicas que acompanham a de George Harrison, parecem dizer: "Paul... Dead...Is Very...Bloody", que em português significa "O Paul está morto com muito sangue".
  • Ouvindo "I Am The Walrus" (lembre-se que Paul é o leão marinho da capa) surge a mensagem "oh untimely death" ou "oh morte prematura". A frase aparece sem a necessidade de inversão da música junta com muitas outras ao final da música, incluindo: "bury my body" e "what, is he dead?" Estas frases fazem parte de uma execução via rádio da peça King Lear de Shakespeare. Lennon as utilizou na edição com propósito desconhecido... talvez a razão possa ser encontrada se forem verificadas as palavras postas anteriormente em "Paperback Writer", que dizem "...It's based on a novel by a man named Lear..."
  • Ao final de "All You Need Is Love", você pode ouvir John dizendo algo semelhante a "yes! he is dead!" O que Lennon realmente fala é "Yesterday", referindo-se à tradicional canção da primeira fase dos Fab Four.
  • "Magical Mystery Tour" seria a jornada a que todos os fãs de Paul iriam percorrer para decifrar o enigma de sua morte.
The White Album, 1968

  • Em "Glass Onion": "I told you about the walrus and me-man/you know that we're as close as can be-man/well here's another clue for you all/the walrus was Paul" ou “eu falei sobre o leão marinho e eu/você sabe o quanto éramos próximos/aqui vai mais uma pista pra vocês todos/o leão marinho era o Paul.” O final um tanto quanto sombrio, na qual a música corta repentinamente dando continuidade as mensagens subliminares, e é orquestrada por George Martin.
  • Em "I'm So Tired", ao ouvir o trecho final da música ao inverso, surge claramente a voz de John Lennon dizendo "Paul is a dead man, miss him miss him."
  • Em "While My Guitar Gently Weeps",  os gemidos de George no final da música seriam lamentações pelo amigo: "Oh, Paul… Paul… Paul…"
  • No trecho da música "Don't Pass Me By": “sorry that I doubted you, I was so unfair, You were in a car crash and you lost your hair”, ou ("eu lamento ter duvidado de você, eu fui tão injusto, você sofreu um acidente de carro e perdeu o seu cabelo'') é outra citação.
  • A música "Revolution #9" seria sobre a morte de McCartney (o sobrenome tem 9 letras). "My fingers are broken and so is my hair" ou "meus dedos estão quebrados e meu cabelo também". Ao ouvir o verso "number nine" ao contrário, surge a mensagem "turn me on dead man" (me transformar em homem morto). Ainda ao contrário, podem-se ouvir outras pistas, incluindo "Let me out!" (Deixe-me sair). Seria McCartney gritando para sair de seu carro?
  • Na letra da música "Not Gulty" pode se perceber um "não arrependimento" dos outros integrantes da banda sobre a morte de Paul, como se tentassem mudar seu jeito "estrela" de ser e não conseguirem. "I don't expect to take your heart. I only want what I can get. I'm really sorry that you're underfed. But like you heard me said: Not guilty."
  • Nas fotos colocadas em várias partes do álbum duplo algumas curiosidades.
  • Paul em uma banheira, com a cabeça para fora da água dando uma impressão assustadora de decapitação.
  • Paul entrando em um trem ou em um ônibus e duas mãos "fantasmagóricas" prontas para levá-lo para o "outro lado" podem ser vistas atrás dele.
  • Nas fotos em close dos 4 integrantes a de Paul revela a cicatriz da cirurgia plástica de Willian "Billy Shears" Campbell para aperfeiçoar sua semelhança com Paul. Mas obviamente a cicatriz faz parte do pequeno acidente de moto que Paul sofrera, cicatriz responsável também pelo bigode em Sgt Pepper's.
Yellow Submarine, 1969

  • Na capa, aparece novamente uma mão aberta sobre a cabeça de Paul.
  • O submarino na capa se assemelha a um caixão enterrado sob a montanha.
  • Em "Only A Northern Song": "and it told you there's no one there" ou ("e ele disse que não há ninguém lá."). Referência ao Paul não estar mais com os três Beatles restantes.
Abbey Road, 1969

  • Na capa com os Beatles atravessando a rua, Paul está com o passo trocado em relação aos outros, é o único fumando e está descalço (os mortos são enterrados descalços), além de estar com os olhos fechados.
  • Lennon, de branco, representaria Deus ou Jesus Cristo; Ringo, o agente funerário; Paul, o cadáver e George, o coveiro.
  • O cigarro que Paul segura está na mão direita. o Paul verdadeiro era canhoto, estaria com o cigarro na outra mão.
  • A placa do fusca branco estacionado na rua que é chamado de "Beetle" é "LMW" referindo se as iniciais de "Linda McCartney Widow" ou "Linda McCartney Viúva" e abaixo o "281F", supostamente referindo-se ao fato de que McCartney teria 28 anos se (if em inglês) estivesse vivo.
  • Na contracapa, ao lado direito da palavra Beatles, uma imagem feita de luzes e sombras aparece. Trata-se de uma caveira, claramente, com dois olhos e boca e ao lado esquerdo haveria 8 pontos formando o número 3 (sendo então "3 Beatles").
  • Na letra de "Come Together", "one and one and one is three" ou "um mais um mais um são três", referência aos três Beatles restantes, ou seja só o John, George e o Ringo.
A brincadeira virou conspiração

A suposta "morte de Paul McCartney" foi primeiramente noticiada em 12 de outubro de 1969 em uma rádio de Detroit, prefixo WKNR-FM, nos Estados Unidos, pelo disc jockey Russ Gibb. Ele havia recebido um telefonema de um ouvinte o instruindo para algumas pistas em músicas e capas de discos que indicavam a suposta morte. Russ Gibb neste dia leu a lista das pistas no ar e também improvisou algumas mais.

Para seu espanto, os jornais locais levaram a sério esta brincadeira e publicaram a lista. No final do mês de outubro os boatos tinham se espalhado de tal forma nos Estados Unidos que obrigaram Paul McCartney, em férias na Escócia, a vir a público, em uma entrevista para a revista Life, desmentir os boatos sobre a sua morte. Mas já era tarde de mais e, apartir daí, vários livros foram escritos e, cada vez mais novos "fatos" foram sendo "encontrados" e adicionados à lista de indícios sobre a sua morte.

Fontes
Paul Is Dead - About The Beatles
Patterson, R. Gary. The Walrus Was Paul: The Great Beatle Death Clues. Fireside Publishing, 1998. ISBN 0-684-85062-1.
Reeve, Andru J. Turn Me On, Dead Man: The Beatles and the "Paul is Dead" Hoax. AuthorHouse Publishing, 2004. ISBN 1-4184-8294-3.
Turner, Steve. A Hard Day's Write: The Stories Behind Every Beatles' Song, Harper, New York: 1994, ISBN 0-06-095065-X
Lewisohn, Mark. The Complete Beatles Recording Sessions: The Official Story of the Abbey Road Years, Hamlyn Publishing Group Limited, London: 1988, ISBN 0-600-55798-7

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